sábado, 16 de novembro de 2013

Mensalão: Dirceu, Genoino e outros condenados se entregam à PF

Da Redação, com agências
Atualizada às 22h
Dez condenados no processo do mensalão já se apresentaram à Polícia Federal, entre eles o ex-ministro José Dirceu e o deputado federal José Genoino, ambos do PT. O Supremo Tribunal Federal (STF) expediu ao todo 12 mandados de prisão no caso.
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu se entregou por volta das 20h30 (de Brasília), na superintendência da Polícia Federal em São Paulo. No mesmo prédio, mais cedo, José Genoino foi o primeiro a se entregar. Ele entrou pela porta da frente, acompanhado da mulher e do advogado, e recebeu apoio de militantes, que gritavam "Viva Genoino".Ele respondeu, já de dentro da superintendência: "Viva o PT".
O advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, disse que o ex-presidente do PT deve passar a noite desta sexta-feira (15) na PF em São Paulo. O mesmo deve acontecer com Dirceu. Na segunda, Pacheco vai entrar com pedido para que Genoino cumpra o regime semiaberto em São Paulo.
O publicitário Marcos Valério se entregou à Polícia Federal de Belo Horizonte. Marcos Valério havia passado o dia em sua fazenda em Caetanópolis, a 60 quilômetros de Belo Horizonte. Deixou a casa e viajou para a capital, onde se encontrou com o advogado Leonardo - os dois foram juntos para a PF. O advogado não quis falar com a imprensa: limitou-se a avisar, antes, que seu cliente se apresentaria quando fosse expedido pelo STF. Sua pena é de 40 anos e quatro meses, a mais longa do caso mensalão. 
O ex-tesoureiro do PL (atual PR), Jacinto Lamas, se entregou à PF em Brasília. Ele foi condenado a cinco anos por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Por ter uma pena abaixo de 8 anos, também tem direito ao regime semiaberto, no qual pode sair durante o dia, se autorizado por um juiz, para trabalhar e voltar para a cadeia para dormir.
Outros seis condenados se entregaram na sede da PF em Belo Horizonte (MG), estado de onde funcionava o chamado "núcleo operacional" do mensalão. Já se apresentaram lá Cristiano de Mello Paz, ex-sócio-presidente das empresas SMP&B e Graffiti; Simone Vasconcelos, ex-diretora da SMP&B; o ex-deputado Romeu Queiroz; Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural. Ramon Hollerbach, ex-sócio de Marcos Valério, e José Roberto Salgado, ex-dirigente do Banco Rural, também se entregaram na capital mineira.
Todos os presos em outros estados serão transportados para Brasília pela Polícia Federal ainda no final de semana. O advogado de de Delúbio Soares informou que o cliente irá se entregar na manhã do sábado. Henrique Pizzolatto ainda não foi localizado.
Veja a lista dos 12 mandados expedidos:
1. José Dirceu
2. José Genoino
3. Delúbio Soares
4. Marcos Valério
5. Cristiano Paz
6. Ramon Hollerbach
7. Simone Vasconcelos
8. Kátia Rabelo
9. José Roberto Salgado
10. Romeu Queiroz
11. Jacinto Lamas
12. Henrique Pizzolatto
"Preso político"
Antes de se entregar, o ex-ministro da Casa Civil divulgou uma “carta aberta ao povo brasileiro”, na qual se disse alvo de “pressões das elites” e classificou de “sentença espúria” a condenação que lhe foi imposta pelo Supremo. “Nem no caso do mensalão tucano eu quero isso. Eu quero que haja justiça que não houve no meu caso”, afirmou Dirceu ao Estado pouco antes de chegar à sede da Polícia Federal no bairro da Lapa.
Já o ex-presidente do PT Genoino foi recebido por uma claque de apoiadores. Com o braço esquerdo levantado e o punho cerrado, ele entrou na sede da PF aos gritos de “sou inocente, sou um preso político. Viva o PT!”
Após saber da expedição dos mandatos, o ex-presidente Lula telefonou Dirceu e Genoino. “Estamos juntos”, disse ele aos antigos companheiros de PT.
Genoino disse ser preso político e gritou "Viva o PT" ao entrar no prédio da PF
Atendendo a uma ordem do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, coordenou o trabalho de cumprimento dos mandados de prisão. A preocupação era de se evitar o uso de algemas, no cumprimento da súmula do Supremo, que só permite o uso em caso de resistência a prisão.
A PF optou por acionar os advogados para comunicar dos mandados e combinou a entrega de vários deles. A súmula vinculante foi aprovada pelo STF em meio a críticas de políticos à Polícia Federal que teria transformado prisões em “espetáculos”. As algemas, porém, poderão ser usadas no transporte dos presos a Brasília, onde se iniciará o cumprimento da pena, por determinação do ministro Joaquim Barbosa.

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