quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Junta médica da Câmara determina nova perícia em Genoino em 90 dias

Para elaborar os laudos, os médicos se basearam nos exames feitos por Genoino no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF) e em testes físicos aplicados pela junta


 ( Iano Andrade/CB/D.A Press)

A junta médica da Câmara que examinou o deputado licenciado José Genoino (PT-SP) determinou que ele seja submetido a nova perícia em 90 dias. "A junta concluiu que o periciado não é portador de cardiopatia grave do ponto de vista médico pericial", informa a nota divulgada na tarde desta quarta-feira (27/11) pelos profissionais.

Para elaborar os laudos, os médicos se basearam nos exames feitos por Genoino no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF) e em testes físicos aplicados pela junta

O laudo, assinado por quatro médicos da Câmara dos Deputados, diz que, após a cirurgia de correção da dissecção da aorta, em julho, o quadro clínico de Genoino melhorou, do ponto de vista cardiovascular. Mas, com a prisão dele, no último dia 15, houve piora na pressão arterial e na coagulação sanguínea, o que, conforme os médicos, pode evoluir para um quadro de cardiopatia grave.

"Trata-se de um indivíduo sob risco de desenvolver futuros eventos cardiovasculares e progressão da doença. Nessas circunstâncias, a atividade laboral poderia acarretar riscos tanto de descontrole da pressão arterial que, em associação com a anticoagulação sanguínea inadequada, aumentaria o risco de eventos cardíacos", diz a avaliação.

O laudo faz parte do processo de aposentadoria por invalidez aberto por Genoino na Câmara. Os médicos determinaram que, após 90 dias seja feita nova perícia para avaliar a capacidade laboral do deputado. Segundo o cardiologista Luciano Cavalcanti, integrante da junta, esse período vai servir para avaliar se, com o tratamento, haverá progressão da doença.

"No momento, não existe cardiopatia grave. O que se pode dizer é que, no momento, ele não tem condição de voltar ao trabalho", disse Cavalcanti. De acordo com o médico, houve piora em relação à primeiro avaliação. "O que houve de diferente de setembro para cá foi, obviamente, a situação de stress a que ele foi submetido. E esse stress aumenta nitidamente os parâmetros da pressão arterial."

Apesar do uso de medicamentos, a pressão arterial ainda não está bem controlada, por isso, é necessário um período maior, de 90 dias, para que o remédio seja adequado, ajustado, para ver se a situação volta ao controle, completou o diretor do Departamento Médico da Câmara, Jezreel Adelino da Silva.

Ele esclareceu ainda que os médicos têm prazo de até dois anos para avaliar o paciente e determinar se ele tem condições de voltar ao trabalho. "Para que não aconteça algo que é pior, que é rotular uma pessoa como inválida, com uma incapacidade definitiva, e ela nunca mais poder voltar a trabalhar."

Genoino está preso desde o dia 15 deste mês, quando começou a cumprir a condenação que sofreu na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Depois de preso, o ex-presidente do PT passou mal e foi internado no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal com suspeita de infarto. O parlamentar cumpre agora prisão domiciliar.

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