quinta-feira, 10 de outubro de 2013

ALÉM DE REAJUSTE SALARIAL, BANCÁRIOS QUEREM SEGURANÇA

 

DOENÇAS CAUSADAS PELO ESTRESSE NO TRABALHO AFASTARAM 21.144 EM UM ANO
Além do reajuste salarial, os bancários que completaram ontem 21 dias de greve pedem melhores condições de trabalho. No ano passado, 21.144 trabalhadores do setor foram afastados do trabalho por doenças relacionadas ao exercício da profissão, segundo o coordenador coletivo nacional de segurança bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Ademir Wiederkehr. Desse total, 25,7% foram frutos de doenças psíquicas, como estresse, depressão, síndrome do pânico, entre outras.
É o caso de um bancário de Belo Horizonte que chegou a perder os cabelos após sofrer um assalto. Quem conta é a diretora de saúde do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e região, Luciana Duarte. “Até hoje ele vive em constante pânico e tem tremedeira quando passa perto de uma agência”. Segundo ela, boa parte da suspensão do trabalho se deve a problemas causados por traumas em razão da falta de segurança, além da pressão da jornada, com metas inatingíveis e constante assédio moral. Segundo o presidente da entidade, Clotário Cardoso, 18% dos bancários em todo o país precisam tomar remédio controlado.
A “Pesquisa Nacional de Mortes em Assaltos Envolvendo Bancos”, da Contraf, mostrou que aconteceram 30 mortes no país, só no primeiro semestre de 2013, por causa da falta de segurança nos bancos. O total foi superior ao de igual intervalo do ano passado, de 27 mortes. “Boa parte dos crimes aconteceu na saída das agências. Somente em agosto, foram dez sequestros em todo o Brasil”, ressalta Wiederkehr.
Para ele, falta prevenção. Ele lista algumas medidas que poderiam evitar a violência nas agências: a adoção de vidros blindados, de porta-giratória, câmeras internas e externas, além de biombos entre os caixas. “Também é importante que a abertura e fechamento das agências fique sob a responsabilidade das empresas de segurança privada ou possa acontecer de forma remota”.
bombas amarradas no corpo. Um bancário de Belo Horizonte, que pediu para não ser identificado na reportagem, concorda que os sequestros poderiam ser reduzidos se os bancários não ficassem com a chave dos cofres e dos bancos. Ele se lembra de três conhecidos que sofreram sequestro: um deles, o tesoureiro de uma agência, era encarregado de guardar a chave do cofre, e foi obrigado a passar uma noite com bombas amarradas pelo corpo. 

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