terça-feira, 23 de julho de 2013

Alexandre Garcia: "Caminho para as mudanças é o fim da passividade".

Alexandre Garcia.
Na minha idade, já vi muitas manifestações, nunca como agora. Em 1964, as marchas pela família e liberdade, que ajudaram a tirar o presidente João Goulart; em 1983, multidões encheram as praças do país no movimento das Diretas Já, que ajudou a encerrar o período militar; em 1992, os cara-pintadas encheram as ruas e ajudaram a tirar o presidente Fernando Collor.

Deixaram uma lição: tirou-se um presidente sem que nenhum cara-pintada tivesse quebrado uma vidraça, sem que nenhum general tivesse lustrado a espada. Foi feito na lei e na ordem. Lei e ordem que foram sinal de maioridade democrática.

Hoje, o que pode mudar com o movimento dos jovens, espontâneo, acima de partidos, pacífico? Uma faixa, no meio deles, dizia: povo passivo - corrupção ativa. O caminho para outras mudanças seria promover o fim da passividade, da indiferença que não nos faz cidadãos plenos.

O preço das passagens desencadeou os gritos contra todas as mazelas do país, que estavam trancados nas gargantas. Educação, saúde, segurança, transporte público, estradas, corrupção, impunidade - veio tudo, nas capitais, no interior, no exterior. No exterior falaram em primavera brasileira. Será esse um despertar, um desabrochar, florescer, ou vai murchar depois que cessar a oportunidade de exposição que veio com a Copa?

Hoje, a voz das ruas é eloquente, dizendo: isso é com vocês, indiferentes, eleitores e eleitos. Os jovens os estão sacudindo para que acordem. Por Bom Dia Brasil.

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