terça-feira, 3 de dezembro de 2013

BRASIL CRESCE ECONOMICAMENTE, MAS A DESIGUALDADE SOCIAL AINDA É UMA REALIDADE BASTANTE ASSUSTADORA



Por Ruy Martins Altenfelder Silva 

Ao passar pelo crivo de especialistas e equipes multidisciplinares, a riqueza de dados coletados pelos censos demográficos a cada dez anos gera uma apurada radiografia dos vários ângulos do País.

Um dos mais recentes subprodutos do Censo de 2010 é o Atlas do Desenvolvimento Humano Municipal 2013, que retrata as menores unidades da Federação numa perspectiva que vai além do crescimento econômico.

A conclusão do estudo confirma a percepção empírica da maioria da população: o Brasil vem crescendo, mas, em que pesem os avanços sociais, persistem ainda vergonhosas desigualdades. Ou seja, não é para todos os brasileiros que os bons resultados da economia se traduzem em benefícios concretos, a exemplo da saúde, educação universalizada e de qualidade, maior participação política, justa distribuição de renda e oportunidades equitativas de trabalho. 



Ao focar o microcosmo da realidade nacional, o Atlas revela disparidades que corroem parte do entusiasmo provocado pela notícia de que o Brasil, com pontuação de 0,727 (numa escala que vai de 0 a 1), finalmente ascendeu à faixa dos países com alto desenvolvimento humano – um indicador que leva em conta três fatores: expectativa de vida ao nascer, educação e renda.


Isso porque, na leitura desalentadora do mapeamento, convivem municípios com renda per capita que variam de R$1,7 mil a R$210. Alguns ostentam mais de 80% dos adultos com o ensino fundamental completo contra outros com menos de 13%. Ou, ainda, uma Região Sul, com esperança de vida de 78 anos, aparece ao lado de um Nordeste, onde a expectativa de vida de uma criança ao nascer não chega aos 66 anos.



Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente do CIEE e da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ)

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