O Ministério Público de Pernambuco
(MPPE) recebe, nesta terça-feira (27), a denúncia da Polícia Civil sobre
o inquérito que investigava as ações de uma universitária de 19 anos,
que tentou negociar o bebê por R$ 50 mil pelo Facebook. A menina,
nascida após apenas seis meses de gestação, morreu no Memorial São José
antes que a mãe, do bairro de Casa Amarela em Recife, conseguisse
concluir a venda.
A estudante foi denunciada no artigo
238, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe entrega ou
promessa de crianças e pode ser condenada de um a quatro anos de
reclusão, além de multa. “Ainda há a questão dos casais que se
interessaram em pagar pela criança, mas que não foram identificados e,
por isso, não estão sendo formalmente acusados. O MPPE pode querer
investigar a denúncia deles e até pedir a prisão da estudante, se assim
interpretar”, explica o delegado Geraldo da Costa.
A denúncia foi formalizada por Fabiana
Sarchi Carvalho, da cidade Lauro de Freitas (BA), com quem a
universitária negociou durante pouco mais de uma semana. “Não sei se
você sabe, mas uma neo(natal) de hospital particular é caro. Quando ela
receber alta, teremos que arcar com um prejuízo enorme. Tem um casal que
se dispôs a nos dar uma ajuda de custo de R$ 50 mil, só que esse valor
não cobre o prejuízo. Estamos procurando alguém que possa nos ajudar mas
com um valor maior”, afirmou a pernambucana, em uma das conversas,
iniciada por meio da página “Conversando sobre adoção de crianças e
adolescentes”
.
No diálogo, a estudante ainda faz
questão de dizer “ela não tem problema nenhum. Só precisa engordar um
pouco” e garante: “não temos interesse em manter vínculo com ela. Não se
preocupe”. Nascida aos seis meses, com órgãos mal formados e falência
múltipla, a menina faleceu no último dia 23 de julho. O pai da criança,
um representante comercial, de 29 anos, afirmou desconhecer a existência
da filha, fruto de um relacionamento casual. “Saímos umas três ou
quatro vezes, antes das eleições, quando estava separado. Quis fazer o
exame de DNA, mas a criança tinha que ficar mais forte antes e faleceu
antes disso. Eu e minha família estamos arrasados”, afirma. As
informações são do Diario de Pernambuco.