domingo, 29 de setembro de 2013

Cardiologistas definem normas para avaliar pessoas com deficiência para esportes.


Com a proximidade da Copa e das Olimpíadas deve aumentar o número de pessoas que vão buscar as atividades esportivasGuga Matos/JC Imagem/Estadão Conteúdo
 
Pela primeira vez no mundo, os médicos vão ter um conjunto de normas para avaliar as condições de pessoas com deficiência física para a prática de esportes. A avaliação faz parte do documento Diretriz do Esporte e do Exercício. Avaliação Cardiológica e do Deficiente Físico, que vai ser apresentado durante o 68º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado a partir deste sábado (28) no Riocentro, zona oeste do Rio. Em entrevista à Agência Brasil, o cardiologista Nabil Gorayeb, editor do documento disse que "um item inédito no mundo inteiro foi colocado, que é a avaliação dos paralímpicos, que nunca tiveram nada relacionado a eles".
— Como está crescendo a participação deles nas competições mundiais, fizemos questão de ter um capítulo de como preparar e como avaliar um paralímpico.
Os estudos para a elaboração da Diretriz levaram quase três anos e contaram com a participação de 40 especialistas em cardiologia e medicina de esporte da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia).
— Convidamos pessoas que tinham convivência com coração de atletas, com esporte competitivo e com nível de intensidade de exercício.
A Diretriz é um documento, com atualizações em períodos de dois ou três anos, utilizado pelos médicos para orientar os profissionais de saúde sobre exames a serem solicitados para avaliação e acompanhamento da evolução de pacientes. No caso das normas de avaliação dessa última Diretriz, o cardiologista informou que foram designados três subgrupos — um de avaliação prévia para a participação em esportes, academias e lazer. O grupo dois foi focado nas principais doenças que matam nas atividades físicas ou que complicam a vida das pessoas ou pacientes quando fazem atividades físicas; e o terceiro foi para estudar os atletas paralímpicos.
Para o médico, com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas deve aumentar o número de pessoas que vão buscar as atividades esportivas, por isso aumenta a importância da elaboração da Diretriz.
— Vai ser fácil seguir uma conduta uniforme. Os médicos faziam os exames que achavam que deveriam ser feitos. Agora será uniformizado. E no próprio Congresso vamos discutir o documento e os que tiverem dúvidas poderão apresentar.
O diretor da Divisão Clínica do Laboratório de Pesquisa, Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Sérgio Timerman, disse que a preocupação é que muita gente, na busca por uma vida mais saudável, começa a fazer exercícios físicos sem procurar um especialista antes para uma avaliação médica.
— Procurar uma vida saudável significa procurar saber também se a pessoa está saudável para uma atividade física.
O médico alertou para os casos de morte súbita que ocorrem durante a prática de exercícios sem uma avaliação preliminar das condições físicas da pessoa.
— Nessa avaliação inicial pode-se detectar o risco ou não de essa pessoa fazer uma atividade que, em vez de melhorar a qualidade de vida, leve a uma morte súbita.
Sérgio Timerman defendeu que as academias façam sempre testes físicos na admissão de novos usuários.
— Existem academias facilitando a entrada de pessoas sem nenhuma análise.
Pelos dados da SBC, atualmente apenas 10% da população fazem exercícios na frequência recomendada, de cinco vezes por semana.

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