quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Campos entrega a Dilma carta na qual abre mão de cargos no governo.


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Em carta entregue nesta quarta-feira (18) à presidente Dilma Rousseff, o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, formalizou a entrega de todos os cargos ocupados pelo partido dentro do governo federal. No texto, divulgado pela assessoria de imprensa do governador, ele diz que o partido "permanecerá, como agora", apoiando o governo no Congresso.
Com a decisão, deixarão postos de primeiro escalão os ministros Fernando Bezerra (Integração Nacional) e Leônidas Cristino (Secretaria Especial de Portos). Eles integram o ministério desde o início da gestão Dilma.
"O PSB vem à presença de Vossa Excelência, formalmente, declinar de sua participação no governo, entregando os cargos que ora ocupa, ao mesmo tempo em que reafirma que permanecerá, como agora, em sua defesa no Congresso Nacional", disse Campos na carta.
A carta foi entregue em mãos por Campos durante reunião de cerca quarenta minutos nesta tarde, no Palácio do Planalto. Segundo o G1 apurou, a presidente teria aceitado bem a decisão e dito que compreendia a deliberação do partido.
A assessoria de imprensa do Planalto informou que, após receber a carta de Campos, Dilma “voltou a sua agenda normal”. O encontro com o governador não constou na agenda oficial da presidente.
Neste momento, temos sido atingidos, sistemática e repetidamente, por, comentários e opiniões, jamais negadas por quem quer seja, de que o PSB deveria entregar os cargos que ocupa na estrutura governamental, em face da possibilidade de, legitimamente, poder apresentar candidatura à Presidência em 2014."
No texto, Campos afirma que seu partido tem sido atingido "sistemática e repetidamente" por "comentários e opiniões, omentários e opiniões, jamais negadas por quem quer seja" de que o PSB deveria entregar os cargos que "em face da possibilidade de, legitimamente, poder apresentar candidatura à Presidência em 2014".
O PSB, disse, não recebe essas manifestações como ameaça e “reafirma seu desapego a cargos e posições na estrutura governamental”. O governador afirmou que o apoio do partido a qualquer governo “jamais dependeu de cargos ou benesses de qualquer natureza”.
Nas últimas semanas, integrantes do PT e do Planalto pressionavam para que o PSB entregasse os cargos no Executivo federal. Dilma teria ficado irritada com o recente encontro entre Campos e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), em Recife, no qual os dois potenciais candidatos à Presidência fizeram críticas ao governo.
Divergências
Em outro trecho da carta, Campos diz que as divergências do partido com o governo
não impediram o apoio ao governo. Ele diz, no entanto, que pretende "discutir com a sociedade, de forma mais ampla e livre".
O governador pernambucano lembrou que nas eleições presidenciais de 2010, era "desejo manifesto" do partido lançar candidatura própria. O nome escolhido na época foi o de Ciro Gomes, ex-governador do Ceará que atualmente é secretário de Saúde no governo do irmão, Cid Gomes. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, interviu para que a candidatura não fosse lançada.
"O PSB, a partir de uma profunda reflexão e discussão política com o companheiro Lula, abdicou dessa legítima pretensão e decidiu integrar a frente partidária que apoiou a candidatura de Vossa Excelência à Presidência da República", disse.
Campos seguiu a carta dizendo que Dilma, ao assumir a Presidência, convidou o partido para compor o governo, com o que o PSB concordou "sem apresentar condicionantes".
O governador deixou o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa. Mais cedo, durante executiva do PSB, ele disse que a legenda deixará seus cargos no governo federal para "ficar à vontade" para "debater" o Brasil em vista das eleições presidenciais de 2014.

Leia abaixo a íntegra da carta de Eduardo Campos a Dilma Rousseff:

Brasília, 18 de setembro de 2013

À Sua Excelência Senhora Dilma Rousseff
Em mãos.
Senhora Presidenta,

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